Essas pinturas, que se assemelham a graffitis em telas pequenas, de rostos que são máscaras, sempre circulares e meio duras ao mesmo tempo, são feitas por Uberê Fekundi, um jovem artista plástico de São Paulo.
Ele diz que pinta e existe sempre sob o sabor da cultura dos ancestrais, seus avós índios e negros. Eu disse a ele que talvez seus quadros pintassem as máscaras da nova cerimônia.
Ele está preocupado com a opressão política sobre a periferia, sobre negros, índios, homossexuais. “A história e a cultura dos negros e dos índios foi apagada, por isso acho necessária a busca dessa ancestralidade. A mídia tenta mostrar uma harmonia cultural, mas sinto que isso não existe. Todos temos as nossas dores. As dores do povo negro e índio são importantes para mim. O racismo na nossa cultura é muito sutil”, diz. Por outro lado não espera coisas de quem vê seus quadros. Não está preocupado em mandar mensagens específicas. Ele pinta para a própria satisfação. E gosta de mostrar.
As pinturas de Uberê pendem para o abstrato, apesar de delinearem algumas figuras. “Não gosto de coisas realistas, gosto de brincar com as cores e com as formas”. Na sua própria visão, a palavra forte para sua arte é “brincadeira”.
Desenhista desde criança, é fascinado pelas formas do corpo humano e suas maiores influências são os artistas do graffiti Akbo (Guilherne Akbo) e Nave Mãe (Rafael Murayama).
Uberê Fekundi assina seus quadros como URBNO. Além de artista plástico, também faz poesia, música e teatro, de várias formas.
O contato com Uberê Fekundi é pelo Facebook, página URBNO com suas obras.