Gostamos de ser capturados pela sagacidade do tom de Geovana.
Sentimo-nos vingados, como brasileiros, por essa inteligência rescendente de um timbre que evoca tudo o que soa perspicácia e irreverência na herança africana de nossas irmãs.
Ninguém resiste ao charme, espontaneidade e doçura dessa voz que atravessa firme as décadas ingratas da história do samba na indústria musical brasileira.
Uma voz que canta a liberdade sexual na gostosa e viciante "Quem tem carinho me leva", surgida no meio dos anos 1970, e a liberdade fraternal na comovente e não menos viciante "Caminhar", de agora, dos anos 2020.
Dessa voz não se diz coragem porque sua força é pura naturalidade e a sua música puro desembaraço.
Geovana é ela mesma o sol brilhante que "ilumina a cabeça desse povo" que tem a felicidade de ouvi-la.