top of page
Foto do escritorLuama Socio

Internet e extinção



Walker Dante e Roselena conseguiram dar um tempo na vida online, foram pescar, e entabularam uma conversa filosófica sobre a internet...


Walker Dante - Gosto da famosa definição de Marshall McLuhan sobre comunicação: "o meio é a mensagem". Se você considerar cada um dos meios que vier à mente e selecionar uma única frase que possa condensar a mensagem correspondente, veja como fica: a mensagem da música é: ouça-me; da dança: imite-me; do desenho: veja-me; da escrita: decifre-me; da carta: responda-me; do livro: leia-me; do jornal: fique sabendo; do cinema: fique aqui; do rádio: acompanhe-me; da televisão: obedeça-me; da internet: compre-me.


Roselena - Boa. Para você o significado de "mensagem" tem a ver com a emissão de uma espécie de comando. E além disso você encaixou o esquema do panorama evolucionista da teoria dos meios de comunicação dentro da teoria do McLuhan. Assim o que a gente chama de internet seria o resultado da evolução das espécies de comunicação.


Walker Dante - Sim, isso é uma questão de culturas, umas indo para dentro de outras e todas coexistindo de alguma forma no contexto de uma nova forma de comunicação.


Roselena - Então, para você, o que define a cultura é a forma de comunicação?


Walker Dante - Esse é apenas um ângulo da questão...


Roselena - Esse jeito de pensar não explica uma série de fenômenos associados ao tema da questão da comunicação, que vão desde tópicos tais como tecnologia tomando o lugar da ciência, o tema da indústria, dos objetos, a economia e a política, até os elementos estéticos, organizacionais, comportamentais, imagéticos e psicológicos...


Walker Dante - Claro, cada um desses aspectos pode ser investigado extensamente dentro das linhas de seus campos correspondentes, mas, o meu ponto de vista aqui, busca apontar para um comportamento humano que possa ser observado como elemento universal relativo à questão. Veja como as ações induzidas por cada um dos verbos (ouvir, imitar, ver, decifrar, responder, ler, saber, ficar, acompanhar, obedecer, comprar) também vão evoluindo, em nível de sentido do significado, desde atividades passíveis de serem completadas no nível do próprio corpo humano, para atividades que se deslocam para fora do espaço corporal individual. Proponho observarmos, nestes exemplos de verbos, o fato de que há neles, na ordem colocada, uma evolução de modos de comportamento, que vão passando da dimensão sensível para a simbólica. Quando os verbos passam a evidenciar distância, seja de espaço ou de tempo, no conjunto do fenômeno da comunicação, imiscui-se aí o paradigma da quantificação no entendimento de seu sentido, em contiguidade com a expansão do campo simbólico. A partir daí o conceito de evolução identifica-se com a intensificação dos tópicos da velocidade e do volume. Essa intensificação corresponde ao aumento da importância do campo simbólico envolvido no fenômeno. Soma-se a isso o fato de que, velocidade e volume são, para a maioria das pessoas envolvida nos processos de comunicação, algo apreendido como abstrato. Embora haja um lastro de correspondência concreta no significado dessas apreensões, relativo à infraestrutura necessária para a manutenção do processo de comunicação, isso está tão distanciado do "usuário" dos símbolos, que gera a abstração como uma realidade, ocupando o lugar daquilo que costumamos classificar como "concreto". Você consegue perceber quanta ironia há nisso? Quem diria que justamente as objetivas "qualidades primárias" da filosofia empirista é que se destacariam à percepção induzida pelas abstrações forjadas pelos jogos de símbolos na era da cibercultura... desculpe essa digressão, mas é interessante testemunhar a passagem dos atributos da materialidade objetiva para a dimensão simbólica naquele velho processo de forjar o disfarce do saque através do truque da abstração. Chegamos ao ponto em que o símbolo virou matéria de posse e domínio nas mãos das empresas que comandam a cibercultura. Nada mais é imaterial nesse mundo.


Roselena - Mas aí você não está diferenciando de forma clara os meios de tecnologia mecânica, especificados pelo manuseio físico por um lado, e o desenvolvimento das tecnologias simbólicas de outro... por exemplo: a diferença que existe entre uma câmera fotográfica do século XIX e um computador do século XXI.


Walker Dante - Não estou me referindo a continuidades de paradigmas científicos ou tecnocientíficos, mas sim ao esquema fenomenológico da questão da comunicação no contexto cultural. Nesse sentido, McLuhan explica que os "meios de comunicação são extensões do homem", portanto, da mesma forma que as máquinas mecânicas, tais como um trator - uma esteira de indústria, um telescópio, uma caldeira, um avião -, são extensões de braços, olhos e pernas, funcionando em velocidade e volume maximamente aumentados, as máquinas digitais são extensões das habilidades simbólicas, funcionando em velocidade e volume maximamente aumentados. Considere que, ao falar assim, estou apenas me esforçando para ser didático, pois não dá para abarcar nesse momento todos os hibridismos decorrentes das combinações técnicas possíveis entre a mecânica e a eletrônica (adicionada da cibernética digital), por exemplo, tais como as técnicas da mecatônica computadorizada, etc.


Roselena - Permito-me concluir, então, que a proposição dessa sua prosopopeia inspirada no McLuhan fala da intenção e foco de um emissor ocultados pela forma comunicativa advinda do poder intrínseco dos processos de comunicação...


Walker Dante - ... sei lá, mas acho que é importante perceber que a nova ordem elimina todas as anteriores. De um ponto de vista radical não há relativismo, do tipo: "sei que a internet é um mecanismo de exploração do meu trabalho intelectual, mas também, em troca, me oferece a vantagem de facilitar minha comunicação com um público que eu quero atingir". O que eu quero dizer é que, mesmo essa nossa conversa aqui, não é mais uma conversa ou um texto para ser lido. Isso aqui é a moeda com que estou comprando a internet. É assim que ela me explora: ela está sempre me vendendo e eu estou sempre pagando. Claro, em troca do pagamento tenho a convicção de que recebi "algo" correspondente ao meu pagamento... nesse ponto a internet é apenas mais um empreendimento do sistema capitalista baseado no lucro. Esse "algo", seja o que for (um espaço para publicação, um feedback, uma "amizade", um "romance" ou a sensação de estar colaborando com o acervo de conhecimentos do big data em prol do progresso da humanidade) é inevitavelmente apenas estruturante do "compre-me" e não tem relação nenhuma com a "natureza" da finalidade do fenômeno de comunicação nomeado aqui de internet. Essa cisão assimétrica entre os interesses das instâncias do processo que a gente está chamando aqui de comunicação, se aplica a todos os outros meios. O leitor está dado pelo livro, o telespectador pela televisão e o comprador pela internet. O meio de comunicação é a mensagem e a mensagem é a ordem. Essas coisas, leitor, telespectador, comprador, são dadas pelos meios. Não existiam os leitores antes dos livros. Os historiadores dizem que antes do leitor houve o "desejo" de alguém se constituir leitor. E como explicam os psicanalistas, desejo é moeda. Quem deseja mais, paga mais. Claro, essa minha frase foi metafórica, não quis confundir os verbos da ordem dos meios de comunicação mas, de um ponto de vista psicológico, podemos dizer que a ação é função do desejo e, uma certa maneira de explicar essas relações, permite ligar diretamente as ideias de desejo e moeda. Mas não entraremos nessa via. Tenha em mente a explicação dos sociólogos, economistas e políticos a respeito do capitalismo, o sistema que estrutura o lucro. Lucro é uma maneira técnica de conceituar o que na antiguidade poderia ser chamado de roubo. Você sabe, o capitalismo hoje é capitaneado pela internet.


Roselena - Retiro o que eu disse... na verdade acho que não tem nada oculto na internet. A IA (Inteligência Articificial), a mais recente expressão da cibercultura, é a própria morte, e enterra quem a usa. É o próprio roubo propagandeado. No whatsapp, por exemplo, a inserção obrigatória recente, do "campo" da IA no formulário do usuário, equivale a um anúncio dizendo que estão te roubando...


Walker Dante - Sim, a universalidade da internet consiste nas seguintes reduções: o único gênero textual praticado no ambiente da cibercultura é a propaganda, sua única filosofia é a do roubo, sua única ontologia é a morte e a sua única existência é a positividade.


Roselena - Ao colocar as coisas dessa forma, chocantemente simplificadas, o seu "compre-me" fez mais sentido, pois o que você chama de "universalidade" são distorções que, para serem implementadas, precisam ser "compradas", no sentido de, doravante, introduzirem aquele outro sentido para a vida, tão valorizado nesses termos: a inovação. Nesse caso, vejo que o sujeito do conhecimento implícito nessa inovação é o algoritmo, essa espécie de armadilha para a captura de tudo o que possa ser considerado conhecimento no ambiente da internet.


Walker Dante - Talvez seja mais correto definir o sujeito como "o capitalismo", concordando com a conclusão que depreendemos da obra da professora Eni Orlandi, que faz análises sobre o discurso do povo, antes mesmo da internet. Nesse sentido o algoritmo, a partir da internet, emerge como a principal linguagem estruturante desse capitalismo. Mas você tocou num dos pontos-chaves da ideia de "inovação" alavancada pela cibercultura. O novo campo econômico de exploração capitalista fez declinar as anteriores instituições do conhecimento. A credibilização do big data gerou a descredibilização das outras instituições. É fácil observar como o "conhecimento", migrado de todos os processos das instituições anteriores, foi barateado infinitamente através da confiança generalizada nas plataformas de extração do big data e na sua exequibilidade. Do ponto de vista do projeto transumanista, o que o big data gerenciado pelos algoritmos da IA expressa, é a pretensão do número extinguir-se a si no paradoxo da incomensurabilidade quantitativa. Esse é o ponto alto do antiquíssimo ilusionismo da aritmética na pretensão do salto para fora da crassa computadorização, o sonho da passagem da dimensão quantitativa de seus informadores para a dimensão da "singularidade". É a nova roupagem do velho truque da abstração, que pretende atingir a forma idealista de uma nova dimensão qualitativa por consequência da magnitude quantitativa. Sabemos, no entanto, que o sentido desse dualismo refere-se apenas ao nível cognitivo da ordem técnica, instrumental, metodológica ou linguística, o que exclui a possibilidade de correspondência justamente à pretensão de seu ultrapassamento no nível metafísico. No esquema da construção do conhecimento não tem como a abstração ultrapassar a "entropia" oculta no âmago do seu próprio funcionamento. A rigor, a internet, como meio de comunicação, promove a extinção de formas de vida que aparentemnte não seriam exatamente conexas ao campo dos fenômenos do processo de comunicação, ao incluí-las no funcionamento de sua economia. Mas esse tipo de estranheza pode ser comparado às estranhezas introduzidas junto às mutações culturais contíguas ao advento de quaisquer outros meios de comunicação. Portanto a IA não é um novo sujeito, mas sim o mesmo de antes, aparentemente mais forte, no entanto, porque é nosso contemporâneo, adequado ao momento do tempo histórico. Em complementaridade, o sentido de "inovação" como sentido da vida, para o usuário, equivale à potencialidade consumista inerente à cibercultura, essa cultura do controle, que, se fosse como um triângulo, seria formada pelas pontas do acúmulo, do lucro e do consumo.


Roselena - É... o que mais me espanta mesmo é esse totalitarismo. A internet abrange todos os comércios, todas as relações subjetivas, todas as artes, todos os trabalhos, todas as ciências... Mas amigo, é preciso entender que todas essas questões escapam por completo aos "usuários" da internet. A maioria das reflexões e preocupações relacionadas à cibercultura está muito longe desses aspectos mencionados por você. As pessoas se preocupam em primeiro lugar em estarem inseridas nas plataformas, ou seja, em participar da cibercultura e, depois, quiçá, debruçarem-se sobre as questões surgidas através das utilizações e suas implicações no nível da relação do processo de comunicação.


Walker Dante - Ora, mas esse é o padrão do nível "crítico" da massa da humanidade disposta à exploração, pelos poderosos, em qualquer modalidade de jogo de poder dentro das culturas. Os donos da banca são, desde o início dos tempos, os verdadeiros ganhadores do jogo, e o esoterismo no esquema do poder de dominação entre os humanos é, há mais de um século pelo menos, um velho tópico da antropologia. As feições do jogo são dadas pelo sonho da cultura, que, no nosso caso atual é "consumir". De uma certa forma, tudo o que pode ser pensado sobre a internet ancora-se nesse sonho. O roubo por baixo do "compre-me" e todas as fenomenologias do "vende-se" forjam os objetos das análises semióticas ao infinito disponilizadas aos leitores desse mundo em todos os subgêneros discursivos e textuais correspondentes aos sonhos de consumo.


Roselena - Parece-me que o que a singularidade transumanista revela, é uma profunda perversão, constituída sobre um desejo sub-reptício do sujeito-capitalismo, qual seja, o desejo de conquista da aniquilação daquilo que seria seu objeto, disfarçado, porém, pela salvaguarda da universalização totalizante do registro proposto pelo big data como um serviço humanitário de organização e controle social necessário e saudável na era da globalização.


Walker Dante - Você fica impressionada com o poder do fantasma transumano... e com razão, afinal o espírito eterno desse fantasma é o velho dragão fascista, devorador de gente. Como todo fantasma, ele quer fazer com que você acredite que a matéria da vida é a memória mal resolvida, a qual, para ser bem resolvida, deve ser organizada e registrada com a ajuda das máquinas para a manutenção de sua virtualidade utilitária. Aquilo que está fora da memória em você, aquela força nova da vida natural, horroriza-se com a perspectiva desse conceito de existência exígua, realizada nas entranhas de cabos, linhas, programas, telas, frequências energéticas de equipamentos cibernéticos... vida reduzida a registros que, com sorte, levantar-se-ão um dia como miríficas e fugazes imagens de um ser na circulação cultural do tempo, em breves momentos "existenciais".


Roselena - Sim, admito que esse sistema de registros, associado à tecnologia de acesso eletrônico pelos algoritmos, gera um angustiante sentimento devido, talvez, à instabilidade da informação, que, nessas condições, passa a significar ausência de verdade em tudo o que teria valor justamente por poder ser validado por uma espécie de estabilidade pressuposta. E como nós mesmos também nos identificamos com essas informações, através dos nossos próprios registros, chegamos assim ao vislumbre do aniquilamento da nossa própria verdade existencial mediante a instabilidade de nossa própria imagem diante de nós mesmos...


Walker Dante - Pois é, o objeto explorado ou colonizado é, por princípio, o morto. Porém, apesar de tudo, vive-se. Na compra da internet, nós, usuários, recebemos, por exemplo, comunicação instantânea em troca de nossa participação. Por esses dias, numa entrevista para uma organização noticiosa, a cantora e compositora Adriana Calcanhotto, na ocasião do lançamento de um novo álbum de músicas infantis, mencionou o espantoso fato do “tempo da atenção”, que está mais rápido agora, nos seguintes termos: “se você não se comunicar em um segundo alguém desiste de você”. Ou, também, pode-se receber, em troca do nosso pagamento, uma facilidade qualquer, por exemplo, o poeta norte-americano Charles Bernstein acaba de lançar um livro de poesias escrito pela IA, a qual debruçou-se sobre suas obras anteriores, devidamente registradas nos arquivos cibernéticos, facilitando o trabalho "braçal" da poesia. Através de algoritmos variadíssimos, essa IA fez novas combinações com as velhas imagens e palavras dos antigos livros de Bernstein. Depois, o poeta só teve o trabalho de escolher os melhores textos para sair no seu livro. Veja que esses são pequenos exemplos "microscópicos" dentre todas as mutações comportamentais, psicológicas, utilitárias, enfim, culturais, implementadas pela cibernética, como você sabe.


Roselena - Claro, mas para mim, a substituição (que você chama de mutação) cultural, mais ameaçadora e evidente, implementada pela cibercultura, é a do pensamento, pois se o pensamento for definido, filosoficamente, como uma função da memória, como geralmente é, então os computadores alimentados pelo big data pensam melhor que qualquer ser humano. Mesmo que você venha me dizer que pensamento pode ser definido de várias outras formas, por exemplo, podemos dizer que pensamento é interpretação também e, nesse caso, as memórias vivenciadas individualmente, a alma única, contribui para a formação de um pensamento diferente daquele possível pelo computador... mesmo assim o que essa diferenciação significa? Na prática social, nada. Esse tipo de diferenciação permanece como valor banal, ilusório, restrito, inútil, precário e irrisório diante da máquina que faz agora a maior parte do serviço da organização simbólica. Ou por outra, vejamos, as tarefas de ordenação, as quais compõem o princípio técnico de grande parte das atividades humanas simbólicas, são comumente associadas (o senso comum supõe assim) com a atitude da atenção (você acaba de dar um exemplo sobre isso no trabalho da IA para o poeta). A própria atenção é atribuída, por metonímia, à qualidade dos robôs de operação simbólica, às IAs, enquanto é retirada cada vez mais do campo da atividade humana (você acaba de dar um exemplo sobre isso na afirmação da cantora). Os algoritmos fazem uma espécie de drenagem das habilidades e recursos humanos para dentro da máquina cibernética totalitarista. No entanto eles operam realizando apenas tarefas decididas de antemão, a partir de uma programação quantitativa de dados simbólicos, ordenados numericamente, como alternativa preferível às possibilidades menos quantitativas. A consequência disso é uma crescente exclusão de dados da própria possibilidade da memória, um gigantesco empobrecimento cultural.


Walker Dante - Mas amiga, me parece que justamente esse empobrecimento faz parte da lógica da escassez na estrutura capitalista à qual estamos nos referindo aqui o tempo todo. Parece que a sua questão com as máquinas cibernéticas radica no fato de vermo-nos humilhados em nossas habilidades que são tomadas por elas. Entendo que, diante dessa degradação, passemos então a tentar resgatar nosso sentimento de dignidade, o qual deveria ser compatível com uma certa posição inevitável de cidadão planetário na era globalizada. Num próximo passo, começamos a nos forçar a um comportamento de nos atentar para ações que fogem ao maquinal vigente, tentando sair fora da cibercultura. Nesse caso, num nível achamos que nos safamos, mas no nível seguinte vemos que não ganhamos dinheiro do velho modo. As máquinas são as donas do dinheiro. Por isso elas não são só máquinas, no sentido de serem objetos que obedecem ao humano. Aqui estamos aprisionados na própria existência definida pelo maquínico como cultura, como já foi explicado pelo Guattari, Deleuze e outros. As máquinas da cibercultura não são nossas e não podem ser adquiridas porque o capitalismo é assimétrico por "natureza". O dono da máquina é a máquina só que não. A tecnociência desenvolvedora da cibercultura é um assunto em segredo. Os ladrões são sofisticados.


Roselena - Certo... mas ainda assim, consideremos: a essência da forma é a finitude. É sabido, desde o início, que a computação é uma forma de roubo. Desde que se inventou o zero os grãos das areias do deserto passaram a não ser mais levados em conta. Resta agora confiar na criatividade humana. Para um mundo infinito há a necessária correspondência da eternidade.


Walker Dante - Ora, quanta melancolia nessa metafísica gasta com o assunto das máquinas... façamos silêncio... vamos pescar.


Imagem: Walter Antunes da exposição com os pés na Terra







Katawixi é um lugar de crítica,
análise e divulgação de pensamentos, pontos de vista filosóficos, práticas
e produtos culturais, livres de vínculos institucionais, 
concebido por
Luama Socio e Walter Antunes.
 
Katawixi é antes de tudo o nome de um povo que flutua agora em algum lugar na Amazônia.
bottom of page