É evidente que a situação ambiental dos recursos hídricos não anda boa. Toda base do desenvolvimento humano causa grandes mudanças hidrológicas, comprometendo a segurança alimentar e a prosperidade econômica.
A aceleração do declínio dos recursos hídricos nos municípios é no mínimo preocupante. Diante do ganho econômico de curto prazo e a saúde dos sistemas hídricos normalmente escolhe-se o primeiro. Assim aproximamos rapidamente de uma condição crítica. Nos territórios, nas propriedades e na nossa casa.
A grande ameaça, a verdadeira ameaça é a postura do homem. O modo elementar de gestão da natureza tornou-se hegemônico e vai levando a sociedade para um colapso ambiental. Em se tratando de água parece que o homem é incapaz de não destruir. Sem olhar, sem perceber, sem raciocinar, o homem relaciona-se friamente com a água.
Em qualquer lugar ou empresa o problema com a água parece um exercício de futurologia; principalmente nas propriedades agrícolas. Com o peso dessa realidade, é preciso admitir que necessitamos de um “novo homem”: o "homem hidrológico".
O homem hidrológico é aquele que vive intensamente suas relações com a água. Busca aprimoramento constante de suas ações em relação às formas de água presentes no seu cotidiano. O homem ciente do seu papel no ciclo hidrológico. O que percebe os efeitos de suas decisões principalmente quando se trata de recursos hídricos de superfície.
No contexto do desenvolvimento o homem hidrológico se faz cada vez mais necessário. Instrumento de requalificação da ocupação e uso do espaço. Na adequação de modelos de gestão frente aos fenômenos hidrológicos presentes com as mudanças climáticas. A figura acima, tenta mostrar a representação esquemática do “homem hidrológico”.
Afonso Peche Filho
Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas